Eunice Nascimento Batista, mais conhecida como Nice, como gosta de ser chamada. Solteira, mãe de dois filhos, na qual criou-os sozinha, e hoje avó. É natural de Salvador. Moradora do bairro de Mata Escura desde os nove anos de idade, antes foi moradora do bairro de Engenho Velho de Brotas.

O artesanato entrou em sua vida pela necessidade de renda. “Eu precisava sobreviver e tinha barraca [...] de lanche, de frutas, mas não tive mais condições de me movimentar sozinha [...] como sempre fiz croché desde menina, aí eu preferir mudar para o artesanato a partir de 2013” e estar até o presente momento com essa atividade.

Ao falar de suas produções e de seu trabalho, Nice nos diz que, desde 2013 vem diversificando o seu trabalho com o artesanato, mas que o seu forte é o croché. Ela trabalha com linhas (Marcas Anne Cléa, Camila, Liza), barbante (EuroRoma e Duna e outras marcas), lãs (Mollet, Merita dentre outras) e agulha. Faz marcador de livro, porta sabonete, barra de toalha de pano de prato, trilho de mesa e blusas. Além disso, estar fazendo um curso de bonecas de pano (em tecido).

Sobre o croché, Nice nos conta que vale a pena investir em dinheiro e tempo. Quando começou, optou por peças maiores (vestuário) e não deu muito certo, por conta do valor da produção, em relação ao custo benefício, ser muito alto e o público não querer pagar o real valor da peça, assim, optou por peças menores, passou a ter um melhor retorno financeiro.

Sobre a renda com o artesanato e a sua sobrevivência, ela nos conta que, está muito difícil, principalmente por causa da situação do país, que tem muita gente desempregada e fazendo a mesma coisa (artesanato) uma maneira de ter uma renda. “Como não tenho tempo e nem disponibilidade de tá me jogando por aí, pelas feiras, pelos espaços, procurando onde comercializar, pra mim tá pouco, não parei, pra não desistir, mas é com muita dificuldade que eu vivo”. (Sic)

Trabalha com encomendas, os clientes solicitam produtos específicos e ela produz. Nice fala que, antes fazia as peças sem cobrar adiantamento, mas as pessoas, depois do produto pronto começaram a não querer mais pagar pela peça. Então, passou a cobrar uma parte antes e o restante após a entrega. Além disto, é determinado prazo para a entrega, a depender da encomenda.

A mesma passou a frequentar a UNEB a partir da 3ª amostra do evento do Encontro de Turismo de Base Comunitária e Economia Solidária (ETBCES), quando foi convidada a participar do grupo Cultarte, e aceitou participar do grupo. Conheceu o Cultarte através de uma colega que também faz artesanato e faz parte do mesmo. Ela fala que se sente muito bem fazendo parte desse projeto (Cultarte) e do convívio com as pessoas.

Sobre os pontos positivos e negativos de ser artesã, a mesma afirma que, não tem, mas faz uma análise da situação econômica do país, que está difícil, quando o poder econômico do brasileiro aumenta, melhora um pouco. Ela mantém uma esperança ver o seu trabalho fora do país e valorizado.

Nice avalia o seu trabalho como muito bom. E diz: “também para eu dizer que é bom é por que ouço os elogios das pessoas que veem e adquirem os produtos e ficam satisfeitas com o meu trabalho”.

 

Contatos e fotos se encontram no link abaixo:

https://artesanatocultarte.blogspot.com/2019/05/o-artesanato-como-oportunidade-de-renda.html

 

Por: Ana Paula Silva

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