A Rede de Mulheres Negras da Região Nordeste, uma rede de organizações de mulheres negras, espalhada pelos 9 estados da região, organizada desde 2013 pelo enfretamento ao racismo e o sexismo, e pelo fortalecimento das organizações de mulheres negras do Nordeste. Brincamos que a nossa região é o “continente das mulheres negras”, pois além de sermos a região populacionalmente e culturalmente mais preta do Brasil, cada estado que compõe o Nordeste possui características identitárias, culturais, sociais, ambientais, que às vezes são comuns, mas tantas outras vezes são tão específicas. E o Julho das Pretas é o mês que esbanjamos a força e a beleza da arte das mulheres negras produzir política em nosso continente.
 
Em sua 8ª edição, o Julho das Pretas é uma estratégia de incidência política organizada através de uma agenda coletiva que reúne ações de diversos movimentos de mulheres negras do Brasil, alusiva ao 25 de Julho (Dia Internacional da Mulher Afro-Latina Americana e Caribenha e Dia Nacional da Mulher Negra). Esta edição chega em um cenário de pandemia mundial, momento que tem exigido de nós cada vez mais força, disposição e criatividade para reconfigurar nossas formas de fazer luta e estar no mundo.
 
Criado em 2013 pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, o Julho das Pretas ganhou a Região Nordeste através da Rede de Mulheres Negras do Nordeste, e tem se multiplicado em cores, sotaques, arte e política, mostrando que são as mulheres negras que dão a tônica das transformações sociais.
 
Ao longo dos últimos 8 anos, o Julho das Pretas pautou temas essenciais para o enfrentamento ao racismo, machismo, sexismo, lesbitransfobia e outras opressões correlatas, e este ano traz o tema “Em defesa das vidas negras, pelo Bem Viver”, entendendo que precisamos seguir em marcha em defesa de todas as vidas negras, e em sintonia com toda a irmandade que segue lutando e denunciando as práticas racistas no mundo todo.
 
O Bem Viver vem neste Julho reforça o projeto político do movimento de mulheres negras para a sociedade Brasileira. Queremos uma sociedade que: valorize às vidas negras e indígenas; garanta direitos universais; defenda a natureza e o meio ambiente; respeite à cultura e auto determinação dos povos que habitam o Brasil. E ainda que avance na ousadia de pautar o Estado e construir uma democracia pluri-racial e com equidade de gênero.
 
Esse e-book é um conjunto de  vozes reunidas,  que conta a história e a diversidade da nossa luta ao longo dos últimos 8 anos. Este documento é um pequeno guardião da memória, da luta das mulheres negras da Região Nordeste. Narrativas reunidas sobre a resistência das mulheres negras da nossa região, do continente Nordeste que possui importância histórica nas lutas por democracia e direitos humanos no Brasil. Mulheres negras, são as senhoras desta memória. E hoje, mais que nunca, informam para o Brasil, não haverá nada sobre as mulheres pretas sem elas!
 
O Julho das Pretas deste ano traz uma programação totalmente virtual, porém, igualmente potente às outras edições, com recorde de inscrições, mostra mais uma vez que sabemos resistir as intempéries com a firmeza, sabedoria e perspicácia que nossas ancestrais nos legaram. Elas estão amparadas pelas  ancestrais, Dandara de Palmares, Nzinga, Teresa de Benguela, Aqualtune, Luiza Mahin e tantas outras, sob a proteção das nossas Ayabás, mergulhamos irmanadas nessa grande ebó coletivo que o Julho das Pretas é para todas nós, momento de cuidado, de afeto, de renovação de energias, de força e conexão com a ancestralidade.
 
*Coooorre pra ler esta E-book completo super especial*
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